Fazer
amor é coisa séria demais. Não basta um corpo e outro corpo, misturados num
desejo.
Fazer
amor é percorrer as trilhas da alma, uma alma tateando outra, desvendando
sentimentos, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa com
delicadeza.
Porque
alma tem textura de cristal, deve ser tocada de leve, apalpada com carinho. Até
que o corpo descubra cada uma das suas funções.
Quando
a descoberta acontece é que o ato de amor começa.
As
mãos deslizam sobre as curvas, como se tocando nuvens, a boca vai acordando e
retirando gostos, provando os sabores, bebendo a seiva que jorra das nascentes
escorrendo em cascatas, é o côncavo e o convexo em amorosa conjunção. É nascer
de novo: no abraço, no beijo que sacia no infinito do orgasmo. Vale chorar,
vale gemer.
Vale
gritar, porque aí já se chegou ao paraíso, e qualquer som ha de sair melódico e
afinado, seja grave, agudo, pianinho.
Há
de ser sempre o acorde faltante quando amantes iniciam o milagre do encontro.
Corpos se ajustaram, almas matizaram. Fez-se o êxtase! É o instante da Paz. É a
escritura da serenidade!E os amantes pisam eternidades
(
texto atribuído a um frei do colégio Santo Agostinho)