Tenho
pensado sobre o amor, nesses dias de férias, esse assunto sempre esteve
presente em minhas reflexões, nos momentos em que estou só e mesmo com a
presença de Le Chanteur que me faz muito feliz.
Pergunto
sempre que sentimento é esse que une dois seres em uma vida. Será que casais
felizes têm um segredo? Qual será ele? Curiosidade minha, mas sempre que conheço
um casal feliz, passo a observá-los um bom tempo, e geralmente peço para
contarem sua história de como se conheceram, o que fazem para manter o
sentimento amoroso jovial como no início do romance.
Confesso
que tenho muitas histórias, teorias que vou arquivando, a forma de entender
esse mistério. ..
O AMOR ...!
Como
sou leitora assídua, insaciável, a busca de respostas para meus questionamentos, encontrei um texto, simples e perfeito que
explica, detalha muito bem isso tudo. O texto é do professor Hermógenes, um dos
ícones do yoga no Brasil que fala com significância para quem viveu realmente
um grande amor, que durou a vida inteira, uma experiência própria.
Transcrevo aqui:
“‘Portanto, o que Deus juntou não
separe o homem…’
Quando é que podemos
dizer que ‘Deus juntou’?
Quando, diante da lei, os
nubentes assinaram o contrato?
Será o contrato o vínculo
de Deus?
Um casal se une diante de
um altar, perante um sacerdote e testemunhas…
O ritual será o vínculo
de Deus?
O elo Divino não é feito
de papel, nem de cerimônia pomposa.
Que é este misterioso
vínculo indissolúvel, que o homem não pode separar?
É Deus mesmo que o
define:
‘De modo que não são dois, mas uma só
carne…’
Esta é a Divina União,
que Deus abençoa e os homens não desfazem.
É o próprio Deus.
Deus, que é Amor.
Amor não é aquele que só
consegue amar a perecível forma.
Por ser fácil, é vulgar
amar a formosura da forma.
Esse amor, que não vai
além do apetite estético, é tão vulnerável quanto a própria beleza transitória.
Dura somente o tempo que dura aquilo que o tempo, a doença e a morte desfiguram
e extinguem.
O Amor liberto do tempo,
das injunções existenciais, o Amor que perdura, os vulgares não conhecem, pois
não entendem o que é amar a Essência, que transcende as formas.
Somente os que já
conseguiram penetrar em algumas camadas mais sutis e profundas de seu próprio
universo interno, portanto, mais longe do ilusório, são capazes da libertadora
aventura, da transcendente ventura de Amar.
Este amar Real também
goza a forma.
Mas, em realidade, ama a
Essência, que lhe dá Eternidade, Infinitude, Transcendência, Felicidade,
Plenitude.”
(Prof. Hermógenes,
Mergulho na Paz, p. 219)