lundi 28 janvier 2013

Cena no Charles de Gaulle


Na semana passada saí de casa bem cedinho com destino ao Aeroporto Charles de Gaulle. O voo do Brasil chegaria às 10 h, e eu não queria deixar le Chanteur esperando no hall do aeroporto por nada, ainda mais que o frio e a neve estavam intensos, e preocupada com a aterrissagem. Estava completamente ansiosa, talvez também pela saudade, pelo cheiro do meu lindão que chegava para descansar e curtir as férias "solito". Sai do metrô Voltaire/Léon Blum e não me recordo em qual estação de metrô que li um poster sobre a exposição dedicada a um dos maiores músicos de jazz na França, Django Reinhardt. Logo pensei em le Chanteur que é muito fã deste violinista. A exposição acontecia no Musée de de la Musique.  



Cheguei ao Charles de Gaulle, e ainda esperei algum tempo pela chegada de le Chanteur, que de cabelos curtos e sem o chapéu característico estava um verdeiro charme, mais jovial. Assim que ele percebeu minha presença, enquanto retirava as malas da esteira, fez sinal que estava com o coração ‘saltando’ e com as mãos me mandou beijinhos. Ai que impaciência, não via o momento de me atirar em seus braços, enlaçar-me em seu pescoço e beijá-lo.



Em 15 minutos, tudo foi possível, quando a porta de vidro se abriu, meu coração também parecia estar na boca. Vi que ele puxou a mala e armou o descanso, soltando a mão e abriu os braços. Não me contive em meio as pessoas, e atirei-me nos seus braços. Ficamos algum tempo nos apertando, como dois adolescentes, que não se preocupam com a cena. Matamos a saudade do cheiro, do calor de nossos corpos, da proximidade da face e do sabor daquele beijo caloroso, delicioso.


Tomamos um táxi e no caminho, falamos das novidades rapidamente e depois contei a ele sobre a exposição Django Reinhardt. Le Chanteur mostrou-se animadíssimo para visitar a Cité de la Musique. O táxi parou em nossa porta, le Chanteur, desacostumado a rotina francesa, deu ares de um pequeno estranhamento, pagou o motorista, retirou a mala e entramos. Nosso ninho estava na mesma proporção da saudade... e passamos o restante do dia frio, convidativo para um caldo e um bom vinho... em casa.